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Here is the synopsis (original article is in Portuguese):
Turismo rural é uma das atividades da Usina Paredão.
Logo na estrada que liga a cidade de Oriente a Usina Paredão, escolhida para a Fazenda do Mês do SP Rural, a sensação de volta ao passado toma conta do visitante, pela tranqüilidade e instalações do início do século, ciclo de produção da cana-de-açúcar, quando ali residiam mais de 500 famílias.
No entanto, quando se conhece o trabalho realizado pelo Grupo Giorgi na propriedade de 2 mil alqueires, percebe-se que do passado restaram apenas as instalações, e que os índices de produção das atividades desenvolvidas são resultados da visão empreendedora da modernidade.
Sob o comando técnico do zootecnista Júlio Giorgi, a Usina Paredão atua em três frentes de negócio: pecuária de corte, com cria, recria e engorda; piscicultura, com a engorda de tilápia em tanques-redes; e o turismo rural receptivo. Ainda há um pequeno espaço para a agricultura, com o cultivo de milho, eucalipto e lin, uma planta originária da Índia, da qual se extrai um óleo com utilidade inseticida, e projetos de preservação ambiental que envolvem toda a área da propriedade.
''Certamente o investimento no meio-ambiente retorna, seja aos olhos, seja na produção, que responde melhor quando existe recuperação ou preservação'', afirmou Giorgi.
Pecuária
A Usina Paredão foi adquirida pelo Grupo Giorgi em 1949 e continuou com a produção de açúcar até 1993, quando o setor sucroalcooleiro amargou uma profunda crise e a indústria teve que encerrar as atividades, com a demissão de grande parte da mão-de-obra. ''Foi uma fase se transição muito difícil, que vai além dos muros da empresa e atinge toda a sociedade'', lembrou. A plantação de cana continuou até meados de 1996, quando ganhou força a pecuária de corte. ''Era um quadro diferente do que encontramos hoje, que a agricultura acaba superando em lucratividade a pecuária'', afirmou.
Atualmente, o rebanho de corte da raça Nelore da propriedade é composto por 4,5 mil cabeças, de mamando a caducando, das quais 1,3 mil são matrizes. A média de abate anual é de 800 cabeças, com machos castrados e inteiros, dependendo da valorização do mercado. Todos os animais são terminados a pasto, sem confinamento, aos 30 meses. ''Temos pasto à vontade, e fazemos uma suplementação com uréia apenas na seca. Estamos implantando o sistema de pasto rotacionado, mas de forma semi-extensiva, pelo tamanho da propriedade'', explicou o diretor.
Dos 36 funcionários, 12 têm envolvimento direto com a pecuária, em sistema de estações de cria, recria e engorda, além de uma estação volante, para complementar pastagens para as outras.
A cria é, na opinião de Giorgi, o forte da atividade, com destaque para o índice médio de prenhes de 95%, incluindo as primíparas. Para as crias destas, o manejo é diferenciado. O desmame é realizado aos três meses, quando vão para um semi-confinamento com suplementação de 1 quilo de ração/dia e permanecem até completar seis meses, idade de desmame dos outros bezerros. ''O peso atingido é cerca de 10 quilos abaixo da média, que fica em 170 quilos para as fêmeas e 180 quilos para os machos. No entanto, ganham no desenvolvimento e quando vão a pasto não há diferença'', analisou Júlio. O resultado, em quatro anos de manejo diferenciado, é a média de prenhes das primíparas, que passou de 66% para 97%.
Diversificação
A segunda atividade da Usina Paredão é a piscicultura, com a engorda de tilápia, que utiliza as quatro represas da propriedade e os tanques que eram usados para a decantação da cana, na época em que a usina era ativa.
O sistema de tanque-rede é utilizado desde 1996 e, atualmente, a Usina Paredão já é referência no mercado de peixes da região. ''Estamos perto da capacidade máxima de produção, que é de cinqüenta toneladas ao ano'', disse. Assim como no gado o peixe também enfrenta a enfressafra e as dificuldades de criação no inverno, mas as perdas de peso são menores e não acarretam em prejuízos.
Aliado ao turismo rural e com uma dose de boa idéia, o esquema de ''pague-pesque'' da Paredão atrai visitantes de toda a região, que pagam o período de 12 horas do ''esporte'' e levam todo o peixe para casa.
Desde 1994, a Usina recebe grupos durante o ano todo e oferece estrutura de hotel fazenda aos visitantes, com haras, campos de futebol, quadras de esporte e represas, com monitoramento dos próprios funcionários, que não param suas atividades para a recepção. ''A fazenda continua no seu ritmo normal de trabalho e é um atrativo a mais aos visitantes'', afirmou Júlio.
Em relação aos projetos ambientais, um ''corredor ecológico'' de sete quilômetros de extensão está em fase de formação, com o plantio de aproximadamente 70 mil mudas. O corredor vai ligar as áreas de mata ciliar das represas e outras nativas. ''A fauna da região é muito rica e o reflorestamento vai ajudar na preservação de algumas espécies, como garças, antas e capivaras'', exemplificou o diretor.
April 25, 2011 | Gus Goncalves